Nuno Cerejeira Namora e especialistas do setor do ensino e da advocacia avaliaram a qualidade da formação em Portugal, discutindo o seu papel na construção das bases estruturantes do conhecimento técnico, bem como, o que os empregadores procuram em novos profissionais e o que estes esperam do mercado. Leia o artigo da Executive Digest na íntegra.
Nuno Cerejeira Namora observa que, apesar da excelente qualidade da formação técnica e currículo, existe «uma certa puerilidade dos candidatos que outrora não era tão frequente na entrada da vida activa. Cremos, contudo, ser tendência 'dos novos tempos', certamente também sentida pelas próprias faculdades». No entanto, destaca que à formação jurídica obtida nos bancos da faculdade acresce a aquisição de soft skills durante os anos de licenciatura e que, ao longo dos anos se tem constatado que o currículo dos recém-licenciados se tem diversificado, com uma clara aposta na formação em línguas, mas sobretudo numa tentativa de especialização cada vez mais antecipada.
No que respeita à qualidade da formação em Direito no nosso país, o sócio fundador da Cerejeira Namora, Marinho Falcão considera que a formação jurídica ministrada em Portugal se encontra no mesmo padrão de qualidade de outras instituições europeias, sublinhando ainda que as faculdades têm sabido «adaptar-se às necessidades do mercado, reequacionando o seu plano de estudos em conformidade com a descoberta (ou procura pelo mercado) de novas (e por vezes não tão novas) áreas jurídicas».
Apesar de uma realidade promissora, destaca que ainda existe um «apego excessivo ao estudo dogmático e conceitual», deixando para trás, por vezes, a componente prática, o que resulta em algumas dificuldades futuras na transição da vida académica para a vida laboral.