A inegável transformação vivenciada no ano de 2020, fruto da pandemia causada pela doença Covid, acarretou consequências nefastas a nível social, económico e de saúde publica. Todavia, se muitos acreditavam que a pandemia seria o maior flagelo do século XXI e que os seus efeitos seriam o maior desafio encarado pelos diversos países a nível mundial, foi a Europa confrontada com “A Guerra”.
A situação política portuguesa marcada pela reprovação do Orçamento do Estado, realização de eleições antecipadas e nova ronda de negociações para aprovação do novo OE 2022 desenrolou-se num quadro de fortes incertezas.
A avidez de implementação do novo orçamento justifica-se pela incomportável gestão do país através de duodécimos, verificação de um certo impasse no que respeita à evolução da doença Covid e, por último, mas absolutamente determinante, o aumento da inflação decorrente da nova guerra travada em solo europeu, entre a Ucrânia e a Rússia.
Todos estes fatores potenciam o ambiente de volatilidade das previsões macroeconómicas, dificultando a tarefa de ajustamento e evolução dos países ao momento que o mundo atravessa. Exemplo de tal dificuldade é, justamente, o OE 2022.
Se é verdade que este orçamento rapidamente será substituído pelo OE 2023, não ignoramos que este é o primeiro ato político afirmado pela nova maioria absoluta do país, afigurando-se, por esse motivo, primordial dar cumprimento às promessas eleitorais.
Compulsadas as medidas impostas por este diploma constata-se que o núcleo essencial se situa no apoio às empresas e aos jovens. O propósito é garantir a recuperação económica das empresas, por forma a potenciar a retoma da economia aos níveis registados no período anterior à pandemia, bem como, garantir a ingressão no mercado de trabalho.
O novo orçamento tem um período de vida útil muito reduzido, mas determina uma mudança de paradigma político e económico português, abrindo novos horizontes para aquele que será o próximo orçamento.
Apesar da curta duração deste diploma, espera-se que seja um passo importante para um orçamento futuro mais reformista e inovador.
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